sábado, 13 de junho de 2009

Rio Pandeiros / Pantanal Mineiro / Bonito de Minas / Januaria
















Rio Pandeiros, o pantanal mineiro está situado no norte minas Gerais, pertecendo aos municípios de Januaria, Bonito de Minas e Conego Marinho.Após ler ou ver essas fotos clique em postagens mais antigas (no final da página) para ver mais fotos informações.


E Bacia de um dos principais afluentes do São Francisco, o rio Pandeiros, abriga complexo ambiental pouco conhecido, mas de enorme importância estratégica
A rica diversidade da flora e fauna de
Minas Gerais é resultado da grande variedade de condicionantes do clima, relevo, recursos hídricos e presença dos biomas Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga. Uma biodiversidade fundamental para o patrimônio natural, o que justifica a necessidade de preservação.Mas o processo de ocupação de Minas Gerais, por um modelo de desenvolvimento ligado à utilização intensiva e inadequada dos recursos naturais, comprometeu consideravelmente sua biodiversidade. Áreas naturais do estado sofreram profundas alterações em conseqüência das intensas e contínuas ações antrópicas, algumas delas talvez irreversíveis. Apenas 33% da cobertura vegetal nativa do estado estão preservadas, segundo o Instituto Estadual de Florestas (IEF). E grande parte dessa cobertura vegetal está no norte do estado, confinada em unidades de conservação (UCs).

A área de Proteção Ambiental (Apa) do rio Pandeiros, criada pela Lei 11.901 de 01/09/1995, merece destaque pela ocorrência de ambientes estratégicos para a conservação do patrimônio natural. Com 393.060 hectares, essa área de proteção abrange toda a bacia hidrográfica do rio Pandeiros, incluindo os municípios de Januária, Bonito de Minas e Cônego Marinho. É a maior unidade de conservação de uso sustentável do estado e tem como objetivos compatibilizar a conservação da Natureza com o uso sustentável de parte de seus recursos hídricos, além de proteger a diversidade biológica presente em lagoas marginais, córregos, cachoeiras, veredas e, principalmente, no único pântano mineiro. O rio Pandeiros, que integra a bacia do médio São Francisco é considerado um afluente estratégico na margem esquerda desse rio.
A presença de espécies vegetais comuns ao cerrado e à caatinga caracteriza o local como área de transição, com ocorrência de formações e adaptações particulares. Isso significa, tanto importância biológica como área prioritária para pesquisa científica.O Atlas de conservação da biodiversidade em Minas Gerais, publicado em 2005 pela Fundação Biodiversitas, classifica a Apa do rio Pandeiros como área prioritária para a conservação da biodiversidade. O norte de Minas, no entanto, é provavelmente a região menos estudada do estado, com parcos levantamentos de flora e fauna. O conhecimento do potencial ecológico das espécies vegetais e animais da região auxilia na manutenção da preservação ambiental dessas espécies, reduzindo assim os riscos de extinção regional, em decorrência de práticas antrópicas predatórias.Refúgio para a Ictiofauna
O rio pandeiros possui águas claras que percorrem uma região de vegetação rica e fauna também variada. O Balneário está localizado a 48 km da sede do município, com três cachoeiras e o único pântano do estado, constituindo um local de procriação de peixes de águas doce. No balneário, existem áreas livres para acampamento. O rio nasce e morre no município de Januária, desembocando no rio São Francisco.





Os resultados preliminares de um ano de execução do projeto revelam uma vegetação exuberante e intrigante. As formações vegetais que margeiam o curso do rio Pandeiros exibem uma diversidade marcante de ecossistemas provenientes do efeito transicional entre os biomas do cerrado e caatinga e formam uma junção peculiar de mata ciliar, mata seca, cerrado e veredas.Entre a vegetação encontrada, as matas ciliares, definidas como vegetação florestal associada a cursos d’água e a nascentes, têm uma diversidade de funções ambientais e destacam-se pela rica diversidade botânica e proteção que oferecem à fauna silvestre e aquática. Mas mesmo protegida por lei, a mata ciliar do rio Pandeiros sofre progressivas alterações tornando-se descontinua e, muitas vezes, completamente ausente. As espécies características da mata ciliar ocorrentes nas áreas amostradas foram jatobá (Hymenaea eriogyne), pau-d’óleo (Copaifera langsdorffii), ingá (Inga vera), pau-pombo (Tapirira guianensis) e bosta-de-cabra (Hirtella gracilipes).
As florestas estacionais deciduais, popularmente conhecidas como matas secas, apresentam como principal característica a perda de pelo menos 70% das folhas na estação seca. São formações florestais que ocorrem em afloramentos de calcário no cerrado e não estão associadas aos cursos d’água. Mas muitos fragmentos de mata seca estão presentes às margens do rio Pandeiros e apresentam como espécies vegetais mais representativas o angico (Anadenanthera colubrina), mamoninha (Dilodendron bipinnatum), aroeira (Myracrodruon urundeuva) e gonçalo-alves (Astronium fraxinifolium).O cerrado é o tipo fisionômico, ou seja, a formação vegetacional dominante da Apa do rio Pandeiros e está intimamente associado à vegetação ciliar desse rio. São encontradas, freqüentemente próximas às margens do rio Pandeiros, as espécies arbóreas do cerrado conhecidas como pimenta-demacaco (Xylopia aromatica), lixeira (Curatella americana), cagaita (Eugenia dysenterica) e tingui (Magonia pubescens).As veredas ocorrem em áreas úmidas do cerrado, locais onde o afloramento do lençol freático possibilita encharcamento do solo. Essas formações são caracterizadas pela presença da palmeira buriti. Em vários trechos do rio Pandeiros, registra-se a presença de extensas veredas associadas à vegetação ciliar, que atuam na manutenção dos seus afluentes e funcionam como refúgio para a fauna durante a estação seca.A obtenção de informações e subsídios para conhecimento da biodiversidade numa área transicional, entre os biomas Cerrado e Caatinga, seu potencial biológico, e novas possibilidades de desenvolvimento de tecnologias de recuperação de áreas degradadas da vegetação ciliar da região do médio São Francisco é o foco das pesquisas em curso.
O Programa de Revitalização do rio São Francisco contempla grande conjunto de iniciativas para permitir o uso sustentável dos recursos naturais em toda a bacia. Para que o programa se sustente, no entanto, é necessário aumentar a base de conhecimento de todos os aspectos referentes à manutenção das funções dos ecossistemas que compõem a bacia. Dessa forma, os projetos, o conhecimento gerado e as ações previstas na sub-rede deverão encaminhar ações reais de desenvolvimento sustentado que promovam a melhoria da qualidade de vida das populações locais e assegurem a biodiversidade de uma área ainda desconhecida da ciência.
Nos arredores do pântano, encontra-se um complexo de lagoas marginais, interligadas no período das chuvas, utilizadas como criadouros por espécies de peixes de piracema, que percorrem longas distâncias no São Francisco para a reprodução.Entre essas espécies estão o dourado (Salminus franciscanus), piau-verdadeiro (Leporinus elongatus), matrinchã (Brycon lundii), surubim (Pseudoplatystoma corruscans) e pacu (Myleus micans). O pântano também serve de abrigo e fonte de recursos alimentares para muitas aves, caso do martim-pescador (Ceryle torquatus), pato-do-mato (Cairina moschata), mergulhão- pequeno (Tachybaptus dominicus) e garçabranca- grande (Casmerodius albus).

A importância desse local fez com que, nos limites da Apa, uma área de 6 mil ha se tornasse Refúgio de Vida Silvestre (Revise), como uma categoria de unidade de conservação de proteção integral de ambientes naturais, onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies da flora e da fauna residente ou migratória. O refúgio abriga ainda grande parte das lagoas marginais, cachoeiras, o pântano e a foz do rio Pandeiros, ambientes críticos para a manutenção da ictiofauna do rio São Francisco. Assim, a conservação do rio Pandeiros é fundamental para a revitalização desse rio.
O pântano do rio Pandeiros é considerado ambiente único no estado, e a proteção assegurada pelo refúgio não é suficiente para a sua preservação. Muitos impactos ambientais causados em toda a extensão da Apa estão refletidos no pântano, entre eles o assoreamento, principalmente devido à degradação das veredas e da vegetação ciliar. Esse é um dos mais graves danos ambientais.







































































































































































































2 comentários:

  1. Esse rio é muito bonito, estive aí a alguns anos, fiquei emocionado. Pena que tudo isso pode acabar muito cedo.
    Não sei se ainda tem muitas sucuris...

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